Fonte: RTP
O programa "A Voz do Cidadão" que pretende focar os problemas do serviço público exercido pela RTP, abordou na sua edição desta semana o tema Festival da Canção (FC).
Apesar de o Prof. Dr. José Manuel Paquete de Oliveira considerar que não se devia pronunciar acerca do método de selecção da canção portuguesa para o Festival Eurovisão da Canção (ESC), optou por dar a palavra aos cidadãos e a profissionais da área musical.
A opinião geral dos espectadores escolhidos foi maioritariamente unilateral acerca dos temas abordados o que leva a questionar acerca do critério de selecção de tais intervenientes.
Ao contrário dos anos anteriores, onde o público se queixava da falta de cantores conhecidos e/ou profissionais, foi fortemente frisado o excesso de cantores provenientes da "Operação Triunfo" (OT) e a escassez de lançamento de caras desconhecidas.
Os intervenientes demonstraram o seu desagrado quanto à apresentação e foram da opinião que o FC passou despercebido uma vez que não foi transmitido, durante o certame, o conceito de gala que julgam estar associado a este tipo de festivais. Ao contrários das edições anteriores do FC, que foram criticadas pela forte presença da habitual brigada do croquete, nesta edição foi incutida uma dinâmica mais jovial sem qualquer tipo de formalidades. Sem grandes surpresas, voltou a não cair no goto dos portugueses (ou pelo menos daqueles a quem foi dado o direito de opinião neste programa).
Relativamente aos temas apresentados, num claro ataque à musica vencedora, a opinião foi estranhamente consensual e chegou mesmo a afirmar-se que Portugal não deve levar ao ESC músicas que refiram elementos da cultura portuguesa como o mar e a saudade. Reportando-nos novamente para os anos anteriores temos o exemplo das músicas de 2005 ("Amar") e 2006 ("Coisas de Nada") que foram julgadas em praça pública pela escassez de uma letra bem construída. Mais uma vez, os intervenientes demonstram uma grande falta de coerência no discurso.
David Ferreira, ex-administrador da editora EMI foi consultado para dar a sua opinião (profissional) acerca do formato. No entanto, como afirmou que há muito se recusa a ver o FC, não foi dada grande importância ao seu contributo. O seu discurso foi maioritariamente direccionado para a falta da transmissão regular de um programa musical no serviço público de televisão.
O maior e mais sério problema do FC 2008 foi a votação. A grande maioria dos telespectadores que tentaram participar na escolha da vencedora através do serviço televoto ouviram uma mensagem áudio que informava que as linhas estavam encerradas. Porém, Francisco Teotónio Pereira e a Portugal Telecomunicações (PT) admitiram uma falha no sistema mas garantiram que a tendência de voto não foi afectada. Segundo o director-adjunto do Gabinete Multimédia da RTP "a verdade do festival está assegurada" e "aquela foi a escolha do público". Através de um comunicado oficial a PT voltou a reforçar a veracidade dos resultados e justificou esta falha alegando ter sido "alvo de ataques exteriores desde o início da votação com vista a bloquear o sistema". Para finalizar ficou no ar a promessa da devolução a cada votante do valor gasto nas chamadas que não foram contabilizadas.
Com isto tudo só é possível perceber que os telespectadores portugueses continuam a ter incutido neles um grande estigma acerca do FC e não conseguem formar uma ideia coesa e real visto que de ano para ano mudam de opinião, nunca estando satisfeitos com aquilo que lhes é apresentado.
O programa "A Voz do Cidadão" que pretende focar os problemas do serviço público exercido pela RTP, abordou na sua edição desta semana o tema Festival da Canção (FC).Apesar de o Prof. Dr. José Manuel Paquete de Oliveira considerar que não se devia pronunciar acerca do método de selecção da canção portuguesa para o Festival Eurovisão da Canção (ESC), optou por dar a palavra aos cidadãos e a profissionais da área musical.
A opinião geral dos espectadores escolhidos foi maioritariamente unilateral acerca dos temas abordados o que leva a questionar acerca do critério de selecção de tais intervenientes.
Ao contrário dos anos anteriores, onde o público se queixava da falta de cantores conhecidos e/ou profissionais, foi fortemente frisado o excesso de cantores provenientes da "Operação Triunfo" (OT) e a escassez de lançamento de caras desconhecidas.
Os intervenientes demonstraram o seu desagrado quanto à apresentação e foram da opinião que o FC passou despercebido uma vez que não foi transmitido, durante o certame, o conceito de gala que julgam estar associado a este tipo de festivais. Ao contrários das edições anteriores do FC, que foram criticadas pela forte presença da habitual brigada do croquete, nesta edição foi incutida uma dinâmica mais jovial sem qualquer tipo de formalidades. Sem grandes surpresas, voltou a não cair no goto dos portugueses (ou pelo menos daqueles a quem foi dado o direito de opinião neste programa).
Relativamente aos temas apresentados, num claro ataque à musica vencedora, a opinião foi estranhamente consensual e chegou mesmo a afirmar-se que Portugal não deve levar ao ESC músicas que refiram elementos da cultura portuguesa como o mar e a saudade. Reportando-nos novamente para os anos anteriores temos o exemplo das músicas de 2005 ("Amar") e 2006 ("Coisas de Nada") que foram julgadas em praça pública pela escassez de uma letra bem construída. Mais uma vez, os intervenientes demonstram uma grande falta de coerência no discurso.
David Ferreira, ex-administrador da editora EMI foi consultado para dar a sua opinião (profissional) acerca do formato. No entanto, como afirmou que há muito se recusa a ver o FC, não foi dada grande importância ao seu contributo. O seu discurso foi maioritariamente direccionado para a falta da transmissão regular de um programa musical no serviço público de televisão.
O maior e mais sério problema do FC 2008 foi a votação. A grande maioria dos telespectadores que tentaram participar na escolha da vencedora através do serviço televoto ouviram uma mensagem áudio que informava que as linhas estavam encerradas. Porém, Francisco Teotónio Pereira e a Portugal Telecomunicações (PT) admitiram uma falha no sistema mas garantiram que a tendência de voto não foi afectada. Segundo o director-adjunto do Gabinete Multimédia da RTP "a verdade do festival está assegurada" e "aquela foi a escolha do público". Através de um comunicado oficial a PT voltou a reforçar a veracidade dos resultados e justificou esta falha alegando ter sido "alvo de ataques exteriores desde o início da votação com vista a bloquear o sistema". Para finalizar ficou no ar a promessa da devolução a cada votante do valor gasto nas chamadas que não foram contabilizadas.
Com isto tudo só é possível perceber que os telespectadores portugueses continuam a ter incutido neles um grande estigma acerca do FC e não conseguem formar uma ideia coesa e real visto que de ano para ano mudam de opinião, nunca estando satisfeitos com aquilo que lhes é apresentado.
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